Confesso que a maior dificuldade que tive para escrever nessa minha segunda participação no jornal O Candeeiro foi escolher qual assunto comentar: caso Tiririca, eleição de Dilma Rousseff, a possível volta da CPMF, descaso da Prefeitura de Candeias em relação à articulação bem sucedida dos vereadores da base aliada da Prefeita Maria Maia para protocolar a votação das contas já rejeitadas de 2008 pelo TCM – Tribunal de Contas do Município – dentre outros. Mas no apagar das luzes eis que surge a polêmica do momento: ENEM.
O exame Nacional de Ensino Médio entristeceu os cerca de 3,3 milhões de estudantes que fizeram a prova na esperança de cursar uma universidade de ensino superior. No entanto o MEC – Ministério da Educação – vem de fato “pisando na bola”, tanto na elaboração da prova, quanto na hora de sua impressão. O exame foi suspenso por determinação da Justiça Federal no Ceará, na segunda-feira (8), a pedido do Ministério Público Federal. Cadernos da prova tiveram páginas encadernadas fora de ordem e misturadas a outras provas. Também houve inversão de cabeçalhos de respostas no primeiro dia do exame, realizado no fim de semana dos dias 6 e 7.
Todos devem lembrar-se da prova do ano passado, onde uma delas foi roubada por um funcionário da gráfica. Isso custou mais de 30 milhões de reais em prejuízo aos cofres Públicos. O ministro da Educação Fernando Haddad, busca soluções para minimizar o problema já estabelecido. Segundo informações do Jornal Correio datado 12/11, o ministro prometeu aos representantes da UNE (União Nacional de Estudantes) que caso a liminar não seja derrubada uma nova prova será aplicada nos próximos 60 dias. Como se não bastasse, Haddad ainda teve que pedir desculpa aos estudantes por uma falácia no Twitter emanada pela própria Assessoria de Imprensa do MEC sobre os alunos que “dançaram” no Enem.
A verdade é que aos poucos o exame vai ficando desgastado. Sua relevância em propiciar uma ligação direta para um curso superior agregou-lhe também o mal que insiste e se fazer presente em algumas pessoas envolvidas diretamente na elaboração e confecção das provas. Muito mais do que testar os alunos do Ensino Médio, o enem está gerando dinheiro.
Isso porque, segundo o repórter do jornal “O Estado de São Paulo” no episódio do ano passado quando a prova roubada a mesma foi oferecida ao veículo de comunicação por um valor de nada mais nada menos que meio milhão de reais. Portanto, só os ricos teriam vez.
Não duvido e nem discuto sobre a importância do enem, pois foi através dele que conseguir me ingressar no ensino superior, escolhi o curso de jornalismo na perspectiva de escrever mais tarde sobre a grande alegria que o exame me concedeu. Mas, minha área também me ensinou que o fato deve ser falado, independente de crenças, culturas ou partidos, sendo assim: o Enem tem sim seu lado obscuro.
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