A Precocidade do Prêmio Nobel da Paz 2009

Não gosto de fugir da linha editorial já estabelecida nesse blogger, que é discutir políticas públicas do nosso município, além de discorrer sobre questões que você leitor acha relevante, e que merece uma reflaxão sobre tal... no entanto, um fato me chamou à atenção nessa segunda semana de outubro: a escolha do ganhador do Prêmio Nobel da Paz. Dessa forma, peço-vos que compreenda essa "traição" editorial, para discurtimos uma questão de cunho mundial.
Barack Obana abocanhou o Prêmio Nobel da Paz deste ano de 2009 apenas, por causa de suas "boas" intenções. Pelo menos foi a justificativa que os membros do comitê do Nobel deu ao mundo em relação a escolha do presidente Norte Americano. Foram levadas em consideração algumas idéias que o governista Republicano se calcou em sua campanha a Casa Branca no ano passado, dentre as quais se destacam: o fortalecimento das relações internacionais, o combate implacável as armas nucleares, e por fim, o trabalho eficaz em cima dos efeitos nocivos das mudanças climáticas.
Em artigo públicado no site do jornal O Estadão de São Paulo (10/10), o historiador e professor da Universidade Americana de San Diego Kenneth Serbin, nos mostra de forma clara à precipitação dos membros do comitê ao entregar o Prêmio Nobel a Obama, além de violar princípios e valores éticos nos quais esse prêmio se alicerçava ao longo da história. Kenneth Serbin classifica a entrega do Prêmio Nobel a Obama como prematura. Ele lembra que os premiados costumam apresentar um currículum extenso de conquistas relevantes no estabelecimento da paz, seja em decorrência do seu ímpacto geopolítico ou de seu trabalho entre os mais pobres, como no caso de Madre tereza de Cálcutar, premiada em 1979.
Em entrevistas aos mais variados jornais no mundo, os membros do comitê disseram que a escolha por Obama tem um sentido. Segundo eles, o prêmio torna-se-á uma especie de "gás" na concretização das idéias defendidas pelo presidente americano. A escolha também se baseou na popularidade de Obama não só nos Estados Unidos, mas também, em todo mundo, todavia, Kenneth Serbin diz, que essa popularidade dentro do país e o status que Obama tem da mídia vem regredindo considerávelmente.
Em meios a sorrisos pra lá, sorrisos pra cá, Obama não consegue esconder o olhar de desconforto que esse prêmio lhe trouxera. Em uma de suas declarações o mesmo deixa transparecer nas entrelinhas que esse não era ainda o momento de ser o vencedor "em meio a tantas personalidades transformadoras que foram honradas com este prêmio - homens e mulheres cuja corajosa busca pela paz serve de inspiração para mim e para o mundo todo". Obama disse ainda não "merecer" o prêmio, mas prometeu usá-lo para reforçar seu ímpeto na defesa da paz e do meio ambiente.
Por fim, se o critério da escolha por Obama foram suas idéias ainda não concretizadas, então nosso presidente deveria ser escolhido por unânimidade! Afinal, o Fome Zero saiu do papel, o Bolsa Família saiu do papel, (mesmo que alguns ainda acreditem que esse projeto foi do FHC), mas foi Lula que deu nova roupagem, pagamos a divída externa, e hoje emprestamos dinheiro ao FMI (Fundo Monetário Internacional), onde esse, por muitas vezes nos tratava como mendingos e devedores eternos. Nosso presidente conversa de forma parcífica com todos os chefes de estado de todas as nações, e nunca ouviu-se falar na era Lula sobre à possibilidade de o Brasil guerrear com outra nação, dentre tantos outros exemplos. Já Obama mandou no começo deste ano, mais 28 mil soldados para a guerra, congitando -se ainda mais 40 mil, dando um total de 108 mil soldados no Afeganistão.
Nossa! Realmente fico surpreso pela escolha de Obama como o mais novo agente da paz, mas, mesmo assim queria lembrar algo aos membros do comitê: sei que será muito difícil algum deles lêem o que estou escrevendo, mas se a escolha do Obama foi motivada pelas idéias e boas intenções do presidente Norte Americano, infelizmente, tenho que dizer, que de boas intenções o inferno está cheio...